Comandante afirma que Anápolis tem alguns dos melhores pilotos e equipamentos mais avançados do mundo
"A Base Aérea de Anápolis possui os esquadrões mais importantes que operam os equipamentos mais modernos no país", afirma Renato Leal Leite | Foto: Leoiran / Jornal Opção |
Por Cilas Gontijo
O coronel aviador Renato Leal Leite comanda a Base Aérea de Anápolis (BAAN) desde dezembro de 2021. Nascido em Fortaleza, se mudou para Anápolis na primeira infância e, em 2022, recebeu da Câmara Municipal o título de cidadão anapolino. Hoje, aos 47, acumula 29 anos de experiência na Força Aérea Brasileira (FAB).
Possui 2.500 horas de voo, sendo mais de 2 mil horas em aeronaves de caça. Entre as condecorações já recebidas estão a Medalha Militar de Prata, Medalha Mérito Santos Dumont e Ordem do Mérito Aeronáutico. A vasta experiência credenciou o coronel aviador para comandar a Base Aérea de Anápolis, que opera o caça sueco F-39 Gripen.
Cilas Gontijo – Quais foram as realizações de sua gestão?
Renato Leal Leite — Desde que assumi, o acontecimento mais importante no aspecto de gestão foi a desativação da Ala 2. A instalação, por um período, chamou-se “Ala 2”, mas desde então a Força Aérea reestruturou as operações relacionadas à atividade fim. Atualmente, toda a parte operacional da Força Aérea está distribuída nas bases aéreas espalhadas pelo Brasil.
Então nós trabalhamos, desde o início do meu comando, com bastante ênfase na reestruturação da Base Aérea de Anápolis. No país, temos 19 bases e o campo de provas Brigadeiro Veloso, localizado na Serra do Cachimbo, em Novo Progresso no Pará. Então, ao todo, são 20 estruturas, sendo a de Anápolis uma delas.
Qual a importância da Base Aérea de Anápolis do ponto de vista estratégico?
Do ponto de vista estratégico, esta é a base aérea mais importante do Brasil. Ela não é a maior em área, mas é a mais fundamental por sua posição, por possuir os esquadrões mais importantes que operam os equipamentos mais modernos. Muitos equipamentos da Força Aérea Brasileira são operados apenas aqui.
Aqui, existem três esquadrões aéreos: o Primeiro Grupo de Defesa Aérea, o Segundo do 6º Grupo de Aviação (Esquadrão Guardião), e o 1º Grupo de Transporte de Tropas (GTT). Os equipamentos operados por esses esquadrões são considerados os mais capazes e modernos da Força Aérea. Essa característica faz com que a Base seja muito requisitada pela Força Aérea em cumprimento das mais diversas missões.
Renato Leal Leite: “A Baan realiza missões de inteligência, vigilância, reconhecimento, transporte e evacuação aeromédica, reabastecimento em voo e outras” | Foto: Leoiran / Jornal Opção |
Qual a história de sua fundação?
A Base Aérea foi criada em 1972, com outro nome. Era chamada de Núcleo da 1ª Ala de Defesa Aérea (ALADA). Na época, o Núcleo foi criado para ser a sede de um esquadrão de aviões caça supersônicos de interceptação que o Brasil estava adquirindo da França. Eram os famosos Mirage (Dassault-Breguet Mirage).
O Núcleo foi criado para operar os Mirage dentro de uma distância adequada em relação a Brasília. Anápolis foi escolhida como sede principalmente pela localização geográfica. Com a mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília em 1960, o enfoque de trazer para cá o centro político administrativo implicava também na migração da proteção do espaço aéreo.
Havia outros concorrentes para receber a unidade, como Goiânia, Luziânia e Formosa. Mas a ideia era construir um aeródromo exclusivo que não fosse compartilhado por empresas civis, então se decidiu por esta cidade, que já estava em expansão. A BAAN foi expandida desde então. A Base teve muito apoio da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia) e de outras entidades que compreenderam que a base seria benéfica para a cidade.
Desde então, os objetivos foram expandidos? Quais são as prioridades da Base Aérea de Anápolis hoje?
O primeiro grupo de defesa aérea, que foi criado na década de 1970, existe até hoje, com a mesma missão principal de proteger a capital federal, é o Primeiro Grupo de Defesa Aérea. As operações de proteção apenas se expandiram com novos esquadrões. Esse grupo opera desde 2022 os caças suecos Gripen (F-39), fabricados pela sueca Saab e os KC-390 Millennium.
O Segundo do 6º Grupo de Aviação opera os aviões-radar, como o E-99 e o R-99, que são aviões de reconhecimento e realizam o que chamamos de missões de alerta aéreo antecipado. O 1 GTT opera o KC-390 uma aeronave multimissao no transporte e atividades diversas. As missões da Base, que antes eram exclusivamente de defesa aérea, hoje se expandiram. A BAAN realiza agora missões de inteligência, vigilância, reconhecimento, transporte e evacuação aeromédica, reabastecimento em voo e outras. Ou seja, desde a gama de missões que somos capazes de cumprir abrangem praticamente todas as atividades da Força Aérea.
Qual o tamanho da Base?
Nós temos uma área de cerca de 1600 hectares, ou seja, 16 quilômetros quadrados. O efetivo é variável. O número varia com o tempo, mas mantém média de 1800 a 1900 agentes, entre militares e civis. Há aproximadamente 100 civis e 1700 a 1800 militares. Os civis cumprem missões parecidas com as dos militares, mas em funções específicas que a carreira militar não abrange.
Temos em torno de 16 aeronaves de quatro tipos diferentes, entre elas F-39 Gripen; o E-99; o R-99; e o KC-390. Os Mirage III foram desativados em 2005. Temos um Mirage 2000, que o Brasil adquiriu no ano de 2000 e operou até 2013, quando foi desativado. A partir de 2014, trouxemos para cá os F-5, que ainda operam na Força Aérea Brasileira, não mais aqui na BAAN.
Qual era a velocidade do Mirage?
Em torno de 2.335 quilômetros por hora. Os caças têm velocidade máxima semelhante porque a partir dessa velocidade é contraproducente tentar acelerá-lo. Ele começa a consumir ainda mais combustível. Para gastar mais combustível, você tem de carregá-lo com mais querosene de aviação, o que aumenta seu peso. O gasto por hora depende de como esse combustível está sendo consumido, mas, em média, podemos considerar que são 1000 kg de querosene de aviação consumidos por hora.
O coronel-aviador Renato Leal Leite, que comanda a Base Aérea de Anápolis, cede entrevista ao Jornal Opção | Foto: Léo Iran / Jornal Opção |
O que acontece com os equipamentos desativados?
São vendidos. Os Mirage III não foram vendidos por uma questão de mercado. Então, hoje estão expostos em pontos turísticos e em museus.
Como se dá a renovação da frota?
Existe um cronograma de recebimento. Os aviões não são entregues todos de uma vez. Por enquanto estamos com seis aeronaves F-39 Gripen, mas chegaremos a 36 caças até o final da década de 2020. O valor do equipamento está relacionado a sua capacidade de cumprir a missão, o que é difícil de ser calculado. Então, para a Força Aérea, é importante considerar o benefício. O F-39 Gripen está no estado da arte, entre os melhores aviões dessa categoria do mundo. É óbvio que custará mais do que os equipamentos mais antigos, mas há outros critérios importantes para se considerar.
Como é a relação da Base Aérea com a cidade de Anápolis?
Sempre foi uma relação muito próxima. Grande parte das pessoas que trabalham e servem na Base Aérea vive em Anápolis. Desde que chegaram aqui, em 1972, os militares iniciaram uma relação muito forte com a cidade, que permanece até hoje. Temos excelentes relações institucionais com todas as organizações da sociedade civil.
Posso citar, como um exemplo, o Programa Forças no Esporte (Profesp). Neste programa do Ministério da Defesa, trazemos para dentro da Base em torno de 550 crianças de escolas públicas, de áreas de comunidades carentes, para que elas possam ter no contraturno escolar atividades esportivas e educativas.
Outro exemplo: com auxílio do Rotary Club de Anápolis, nós conseguimos auxílio do Sistema S para oferecer vários cursos de capacitação profissional aos soldados. Os beneficiários são os jovens, que vão ficar pouco tempo aqui com a gente e logo voltar a ser inseridos na sociedade, no mercado de trabalho. São soldados que fazem aqui este momento importante do começo de suas vidas profissionais. Enquanto soldados, os jovens vão executar na prática os treinamentos militares, mas, logo depois, quando voltam para a vida civil, eles já precisam de uma profissão.
Temos várias outras iniciativas de apoio social e atendimento a questões humanitárias. Temos grande preocupação, não só com Anápolis, mas com os outros municípios goianos também.
São vendidos. Os Mirage III não foram vendidos por uma questão de mercado. Então, hoje estão expostos em pontos turísticos e em museus.
Como se dá a renovação da frota?
Existe um cronograma de recebimento. Os aviões não são entregues todos de uma vez. Por enquanto estamos com seis aeronaves F-39 Gripen, mas chegaremos a 36 caças até o final da década de 2020. O valor do equipamento está relacionado a sua capacidade de cumprir a missão, o que é difícil de ser calculado. Então, para a Força Aérea, é importante considerar o benefício. O F-39 Gripen está no estado da arte, entre os melhores aviões dessa categoria do mundo. É óbvio que custará mais do que os equipamentos mais antigos, mas há outros critérios importantes para se considerar.
Como é a relação da Base Aérea com a cidade de Anápolis?
Sempre foi uma relação muito próxima. Grande parte das pessoas que trabalham e servem na Base Aérea vive em Anápolis. Desde que chegaram aqui, em 1972, os militares iniciaram uma relação muito forte com a cidade, que permanece até hoje. Temos excelentes relações institucionais com todas as organizações da sociedade civil.
Posso citar, como um exemplo, o Programa Forças no Esporte (Profesp). Neste programa do Ministério da Defesa, trazemos para dentro da Base em torno de 550 crianças de escolas públicas, de áreas de comunidades carentes, para que elas possam ter no contraturno escolar atividades esportivas e educativas.
Outro exemplo: com auxílio do Rotary Club de Anápolis, nós conseguimos auxílio do Sistema S para oferecer vários cursos de capacitação profissional aos soldados. Os beneficiários são os jovens, que vão ficar pouco tempo aqui com a gente e logo voltar a ser inseridos na sociedade, no mercado de trabalho. São soldados que fazem aqui este momento importante do começo de suas vidas profissionais. Enquanto soldados, os jovens vão executar na prática os treinamentos militares, mas, logo depois, quando voltam para a vida civil, eles já precisam de uma profissão.
Temos várias outras iniciativas de apoio social e atendimento a questões humanitárias. Temos grande preocupação, não só com Anápolis, mas com os outros municípios goianos também.
“O KC-390, da Embraer, é o maior avião desenvolvido no hemisfério sul e um orgulho para a nação”, diz Renato Leal Leite | Foto: Leoiran / Jornal Opção |
Como os pilotos são treinados para a renovação do equipamento?
Os pilotos que estão voando os Gripen eram anteriormente pilotos de caças F-5 e pilotos de A-1 (AMX International A-1), que é um avião de desenvolvimento conjunto entre Brasil e Itália, feito para o ataque. Para voar os Gripen, os pilotos passaram por um curso na Suécia e outro ao retornar. No total, os pilotos passaram praticamente um ano se preparando para serem capazes de pilotar o Gripen.
Os equipamentos são totalmente diferentes entre si. Um avião muda muito de um para outro. Enquanto o Mirage III começou a ser desenvolvido no final da década de 1950, o Gripen foi feito na década passada.
Temos hoje 14 pilotos no esquadrão. Para essa quantidade de aeronaves, permaneceremos com esse número. Conforme recebermos mais aeronaves, vamos preparar novos pilotos.
Na prática, durante os voos, qual a dos equipamentos na eficiência?
A própria tecnologia faz com que o Mirage 3 seja um avião com precisão de ataque menor. O Gripen traz facilidade para o piloto executar manobras, carregar mais armamentos, atingir o alvo com precisão.
E sobre o KC-390 Millenium?
Atualmente estamos com três aviões KC-390. É um avião cuja grande finalidade é o transporte de tropas e cargas. Sua função é principalmente logística, mas é um avião multimissão, capaz de fazer evacuações aeromédicas, reabastecimento em voo, combate a incêndios florestais, vigilância e missões de busca e salvamento. Então, é uma aeronave com uma gama de utilidades muito grande, muito capaz de atender às nossas necessidades.
Está prevista a chegada de sete novos aviões KC-390 em nosso contrato com a Embraer. Outro ponto interessante é que essa aeronave é um produto 100% brasileiro, criado com tecnologia nacional e exportado para Portugal e Hungria. É o maior avião desenvolvido no hemisfério sul e um orgulho para a nação.
Como é a relação da Base Aérea de Anápolis com as forças armadas de outros países?
No ano passado, os pilotos portugueses vieram fazer o curso para se preparar para pilotar os KC-390. Pilotos de outros países visitam com frequência. Alguns para conhecer o equipamento do KC-390, como Hungria, Cazaquistão e Indonésia.
Como a Força Aérea atua no combate a incêndios florestais?
A força aérea já opera em combate aos incêndios com o Lockheed C-130 Hercules, que continuarão operando. Os KC-390, naturalmente, vão ser incluídos nos programas de combate ao fogo. Sua vantagem em relação ao Hercules é a capacidade de dispersar a água com precisão.
Nossos pilotos concluíram há uma semana o curso de treinamento em combate a incêndios com o KC-390. Os equipamentos podem dispersar 11.300 mil litros, voando próximo ao incêndio. É uma operação de altíssimo risco, considerada uma das atividades aéreas mais perigosas. Também é comum que sejamos chamados para auxiliar operações em outros países.
O KC-390 consegue carregar 26 toneladas de carga. Além de carga e volume superiores à capacidade do Lockheed Hercules, o KC-390 também é bem mais rápido. Chega a mach 0,8 em voo de cruzeiro. É um avião revolucionário, que participou de diversas missões. Levamos ajuda humanitária quando houve a explosão do porto de Beirute, no Líbano, e nos últimos terremotos no Haiti.
Em fevereiro de 2022, com o início da guerra na Ucrânia, os brasileiros que fugiram da Ucrânia para a Polônia foram resgatados via KC-390. Durante toda a pandemia de Covid-19, participou muito ativamente no transporte aeromédico e logístico, levando medicamentos e insumos.
Os pilotos que estão voando os Gripen eram anteriormente pilotos de caças F-5 e pilotos de A-1 (AMX International A-1), que é um avião de desenvolvimento conjunto entre Brasil e Itália, feito para o ataque. Para voar os Gripen, os pilotos passaram por um curso na Suécia e outro ao retornar. No total, os pilotos passaram praticamente um ano se preparando para serem capazes de pilotar o Gripen.
Os equipamentos são totalmente diferentes entre si. Um avião muda muito de um para outro. Enquanto o Mirage III começou a ser desenvolvido no final da década de 1950, o Gripen foi feito na década passada.
Temos hoje 14 pilotos no esquadrão. Para essa quantidade de aeronaves, permaneceremos com esse número. Conforme recebermos mais aeronaves, vamos preparar novos pilotos.
Na prática, durante os voos, qual a dos equipamentos na eficiência?
A própria tecnologia faz com que o Mirage 3 seja um avião com precisão de ataque menor. O Gripen traz facilidade para o piloto executar manobras, carregar mais armamentos, atingir o alvo com precisão.
E sobre o KC-390 Millenium?
Atualmente estamos com três aviões KC-390. É um avião cuja grande finalidade é o transporte de tropas e cargas. Sua função é principalmente logística, mas é um avião multimissão, capaz de fazer evacuações aeromédicas, reabastecimento em voo, combate a incêndios florestais, vigilância e missões de busca e salvamento. Então, é uma aeronave com uma gama de utilidades muito grande, muito capaz de atender às nossas necessidades.
Está prevista a chegada de sete novos aviões KC-390 em nosso contrato com a Embraer. Outro ponto interessante é que essa aeronave é um produto 100% brasileiro, criado com tecnologia nacional e exportado para Portugal e Hungria. É o maior avião desenvolvido no hemisfério sul e um orgulho para a nação.
Como é a relação da Base Aérea de Anápolis com as forças armadas de outros países?
No ano passado, os pilotos portugueses vieram fazer o curso para se preparar para pilotar os KC-390. Pilotos de outros países visitam com frequência. Alguns para conhecer o equipamento do KC-390, como Hungria, Cazaquistão e Indonésia.
Como a Força Aérea atua no combate a incêndios florestais?
A força aérea já opera em combate aos incêndios com o Lockheed C-130 Hercules, que continuarão operando. Os KC-390, naturalmente, vão ser incluídos nos programas de combate ao fogo. Sua vantagem em relação ao Hercules é a capacidade de dispersar a água com precisão.
Nossos pilotos concluíram há uma semana o curso de treinamento em combate a incêndios com o KC-390. Os equipamentos podem dispersar 11.300 mil litros, voando próximo ao incêndio. É uma operação de altíssimo risco, considerada uma das atividades aéreas mais perigosas. Também é comum que sejamos chamados para auxiliar operações em outros países.
O KC-390 consegue carregar 26 toneladas de carga. Além de carga e volume superiores à capacidade do Lockheed Hercules, o KC-390 também é bem mais rápido. Chega a mach 0,8 em voo de cruzeiro. É um avião revolucionário, que participou de diversas missões. Levamos ajuda humanitária quando houve a explosão do porto de Beirute, no Líbano, e nos últimos terremotos no Haiti.
Em fevereiro de 2022, com o início da guerra na Ucrânia, os brasileiros que fugiram da Ucrânia para a Polônia foram resgatados via KC-390. Durante toda a pandemia de Covid-19, participou muito ativamente no transporte aeromédico e logístico, levando medicamentos e insumos.
“Para os próximos 10 anos, vamos expandir a operação de nossos equipamentos e nossa capacidade em missões”, afirma Renato Leal Leite | Foto: Leoiran / Jornal Opção |
O que é a Operação Zeus?
A Operação Zeus consiste no processo de avaliação operacional que a FAB está fazendo com com o KC-390 para poder catalogar e aperfeiçoar a doutrina das capacidades desse avião. Há cerca de um mês, fizemos a terceira fase desta operação, que foi um teste de carregamento de um dos carros de combate do exército.
Quanto à estrutura da Base, ela foi atualizada desde sua fundação?
Sim, é necessário fazer adaptações conforme os equipamentos evoluem. A pista já era considerada excelente desde 1972, mas diversos prédios foram reformados, principalmente para se adaptar aos sistemas tecnológicos e para atender requisitos de segurança. Dentro dos prédios, tramitam informações sigilosas, de segurança do Estado. Então, a estrutura precisa estar sempre atualizada para atender a demanda de proteção.
Além da tecnologia que existe no avião, há também tecnologia em solo. Os computadores, hangares, sistemas de suporte, manutenção – tudo isso evolui e exige atualizações. Hoje, tanto a estrutura da Base quanto os sistemas aviônicos, os instrumentos de bordo, os armamentos – tudo isso está próximo do patamar máximo de tecnologia que se tem no mundo.
Então podemos dizer que a segurança aérea brasileira está garantida?
Sim. Dentro de todas as hipóteses, imaginando todos os conflitos possíveis, podemos ficar seguros de que temos condições de nos defender. As missões da FAB têm três pilares: defender, controlar e integrar. Está até em nosso lema: “Força aérea Brasileira, asas que protegem o país”. Ou seja, a missão primordial é a proteção, mas garantimos também esses dois outros critérios: o controle e a integração do território.
O Brasil tem uma extensão territorial muito grande e nossa atuação abrande inclusive o espaço aéreo sobre as águas marítimas. Por isso, temos obrigações muito grandes. Ainda assim, garantimos o apoio a comunidades afastadas e isoladas, o alcance de todas as partes do território rapidamente. A Força Aérea tem toda essa gama de obrigações, das quais a defesa é a principal delas, e podemos considerar que estão todas garantidas.
E o que podemos dizer sobre a qualidade dos pilotos brasileiros?
Estão entre os mais bem preparados do mundo. Somos muito especializados e temos uma formação muito boa. Desde a base da carreira na aeronáutica, a formação é muito boa, muito bem estruturada, e reconhecida como modelo no mundo. Unindo isso ao fato de que estamos constantemente renovando os equipamentos, temos alguns dos aviões mais modernos do mundo, há uma qualidade muito alta.
Quanto tempo leva para formar um piloto?
Para o piloto chegar a voar com o F-39 Gripen, que é um avião considerado de primeira linha na aviação de caça, a formação leva cerca de 14 anos. Desde o momento em que ele entra lá na escola preparatória, em Barbacena, até o momento em que ele termina a formação dele aqui, na Base Aérea de Anápolis, são em torno de 14 anos de experiência e investimento dos esforços desse piloto.
Pode dar alguns exemplos de missões cumpridas pela BAAN?
No começo deste ano, começamos a que ficou conhecida como Operação Yanomami. Fomos para o Norte identificar é atividades de garimpo ilegal. Essa atividade de vigilância não foi encerrada e, até hoje, operamos no Norte. Existem também operações de combate ao tráfico, como a Operação Ágata. Treinamos as forças aéreas da América Latina na missão Amazonas 2. Rotineiramente, interceptamos aeronaves em desacordo com a lei, entre outras.
A BAAN ficou fechada ao público por três anos, durante a pandemia. Neste ano, a Base vai reabrir?
Vai. Vamos realizar o tradicional programa Portões Abertos da Base Aérea de Anápolis, no dia 9 de setembro. É um sábado com atividades, atrações e exposições das 9h às 17h e esperamos uma grande quantidade de público. Para participar, basta trazer 1 kg de alimento não perecível.
Como o senhor vê a Base Aérea de Anápolis daqui a dez anos?
Atualmente, a nossa base é uma base feliz, porque operamos os três equipamentos mais modernos da Força Aérea Brasileira. Então, para os próximos 10 anos, nós vamos continuar expandindo a operação desses equipamentos. A operação de um equipamento novo não é uma coisa muito simples; exige vários anos de desenvolvimento da doutrina, do treinamento, e de aperfeiçoamento das capacidades. Nos próximos 10 anos, queremos expandir nossas capacidades em missões.
A Operação Zeus consiste no processo de avaliação operacional que a FAB está fazendo com com o KC-390 para poder catalogar e aperfeiçoar a doutrina das capacidades desse avião. Há cerca de um mês, fizemos a terceira fase desta operação, que foi um teste de carregamento de um dos carros de combate do exército.
Quanto à estrutura da Base, ela foi atualizada desde sua fundação?
Sim, é necessário fazer adaptações conforme os equipamentos evoluem. A pista já era considerada excelente desde 1972, mas diversos prédios foram reformados, principalmente para se adaptar aos sistemas tecnológicos e para atender requisitos de segurança. Dentro dos prédios, tramitam informações sigilosas, de segurança do Estado. Então, a estrutura precisa estar sempre atualizada para atender a demanda de proteção.
Além da tecnologia que existe no avião, há também tecnologia em solo. Os computadores, hangares, sistemas de suporte, manutenção – tudo isso evolui e exige atualizações. Hoje, tanto a estrutura da Base quanto os sistemas aviônicos, os instrumentos de bordo, os armamentos – tudo isso está próximo do patamar máximo de tecnologia que se tem no mundo.
Então podemos dizer que a segurança aérea brasileira está garantida?
Sim. Dentro de todas as hipóteses, imaginando todos os conflitos possíveis, podemos ficar seguros de que temos condições de nos defender. As missões da FAB têm três pilares: defender, controlar e integrar. Está até em nosso lema: “Força aérea Brasileira, asas que protegem o país”. Ou seja, a missão primordial é a proteção, mas garantimos também esses dois outros critérios: o controle e a integração do território.
O Brasil tem uma extensão territorial muito grande e nossa atuação abrande inclusive o espaço aéreo sobre as águas marítimas. Por isso, temos obrigações muito grandes. Ainda assim, garantimos o apoio a comunidades afastadas e isoladas, o alcance de todas as partes do território rapidamente. A Força Aérea tem toda essa gama de obrigações, das quais a defesa é a principal delas, e podemos considerar que estão todas garantidas.
E o que podemos dizer sobre a qualidade dos pilotos brasileiros?
Estão entre os mais bem preparados do mundo. Somos muito especializados e temos uma formação muito boa. Desde a base da carreira na aeronáutica, a formação é muito boa, muito bem estruturada, e reconhecida como modelo no mundo. Unindo isso ao fato de que estamos constantemente renovando os equipamentos, temos alguns dos aviões mais modernos do mundo, há uma qualidade muito alta.
Quanto tempo leva para formar um piloto?
Para o piloto chegar a voar com o F-39 Gripen, que é um avião considerado de primeira linha na aviação de caça, a formação leva cerca de 14 anos. Desde o momento em que ele entra lá na escola preparatória, em Barbacena, até o momento em que ele termina a formação dele aqui, na Base Aérea de Anápolis, são em torno de 14 anos de experiência e investimento dos esforços desse piloto.
Pode dar alguns exemplos de missões cumpridas pela BAAN?
No começo deste ano, começamos a que ficou conhecida como Operação Yanomami. Fomos para o Norte identificar é atividades de garimpo ilegal. Essa atividade de vigilância não foi encerrada e, até hoje, operamos no Norte. Existem também operações de combate ao tráfico, como a Operação Ágata. Treinamos as forças aéreas da América Latina na missão Amazonas 2. Rotineiramente, interceptamos aeronaves em desacordo com a lei, entre outras.
A BAAN ficou fechada ao público por três anos, durante a pandemia. Neste ano, a Base vai reabrir?
Vai. Vamos realizar o tradicional programa Portões Abertos da Base Aérea de Anápolis, no dia 9 de setembro. É um sábado com atividades, atrações e exposições das 9h às 17h e esperamos uma grande quantidade de público. Para participar, basta trazer 1 kg de alimento não perecível.
Como o senhor vê a Base Aérea de Anápolis daqui a dez anos?
Atualmente, a nossa base é uma base feliz, porque operamos os três equipamentos mais modernos da Força Aérea Brasileira. Então, para os próximos 10 anos, nós vamos continuar expandindo a operação desses equipamentos. A operação de um equipamento novo não é uma coisa muito simples; exige vários anos de desenvolvimento da doutrina, do treinamento, e de aperfeiçoamento das capacidades. Nos próximos 10 anos, queremos expandir nossas capacidades em missões.
FONTE: Jornal Opção
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