Os pedidos de proteção da tecnologia foram o resultado do aprendizado do COPE na operação do satélite SGDC
Pela primeira vez na história do DCTA, foi realizado o depósito de patente de tecnologia na Comunidade Europeia, além dos pedidos de proteção da propriedade intelectual efetivados no Brasil e nos Estados Unidos da América, para garantia da exclusividade de exploração da tecnologia nesses mercados.
A tecnologia em questão é um processo que oferece ao mercado uma solução técnica, que permite o ajuste fino da razão de mistura por atuação térmica iterativa nos tanques de propelentes de sistemas espaciais bipropelentes. Sua história teve início em 2017, quando o Centro de Operações Espaciais (COPE) do COMAE passou a operar o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). Além de garantir o emprego do seu principal sistema espacial, o COPE também passou a se dedicar à maximização do tempo de vida útil deste SGDC. A experiência e conhecimento na área espacial, desde 2014, com o Programa de Absorção de Tecnologias do SGDC, permitiu ao COPE desenvolvimento da referida tecnologia para operações espaciais.
“O ambiente do COPE é muito propício à identificação de soluções inovadoras, pois é durante as operações que identificamos as reais necessidades de melhoria. Associado a um corpo técnico criativo e disposto a testar novos métodos de operação, conhecimentos inicialmente isolados, acabam se integrando. É dessas conexões que surgem as ideias inovadoras”, aponta o Capitão Engenheiro Henrique Oliveira da Mata, inventor da tecnologia e militar do efetivo do COMAE desde o início das operações do SGDC.
Ainda segundo o Capitão Da Mata “foi o somatório do domínio teórico, do desenvolvimento de novas ferramentas computacionais e da experiência operacional que permitiu o desenvolvimento do método inovador, para definição do ponto ótimo de temperatura para a operação dos propulsores de satélites. Nessas condições, um satélite, como o SGDC, consegue utilizar ao máximo os propelentes disponíveis nos tanques, evitando desperdício que encurtem o seu tempo de vida operacional. Estima-se que a aplicação prática dos resultados desta tecnologia deverá prolongar em, ao menos, três meses a operação do SGDC, podendo levar a uma economia de cerca de R$ 10 milhões.”
O tecnologista do setor de proteção da propriedade intelectual do DCTA, Renato de Lima Santos, informou que, os depósitos de pedido de patente realizados, constituem um primeiro e imprescindível passo para que as tecnologias possam ser transferidas ao mercado nacional e internacional.
"Essa realização é a concretização do cumprimento da missão do COMAE, de empregar o poder aeroespacial com vistas a garantir a soberania do espaço aéreo e a integração do território nacional, conjugado com a missão do DCTA, de desenvolver soluções científico-tecnológicas no campo do Poder Aeroespacial, a fim de contribuir para a manutenção da soberania do espaço aéreo e a integração nacional; em ambos os casos, verificam-se efeitos diretos que contribuem para fortalecimento da Base Industrial de Defesa, da sociedade brasileira e do desenvolvimento econômico nacional", disse.
Fotos: Suboficial Johnson e Soldado A. Soares / FAB
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