Por Alexandre Galante
O Comando da Aeronáutica publicou, em maio de 2022, o documento PCA 400-200 “Plano de Desativação das Aeronaves F-5E/EM/FM da Força Aérea Brasileira”.
O plano tem por finalidade estabelecer os procedimentos necessários à desativação gradual da frota de aeronaves F-5E/EM/FM da Força Aérea Brasileira, especificamente no que concerne às ações do COMGAP, Organizações Militares subordinadas e elos integrantes do SISMAB envolvidos com o Projeto.
O PCA 400-200 traz a seguinte tabela com informações sobre os caças F-5 da FAB:
O Comando da Aeronáutica publicou, em maio de 2022, o documento PCA 400-200 “Plano de Desativação das Aeronaves F-5E/EM/FM da Força Aérea Brasileira”.
O plano tem por finalidade estabelecer os procedimentos necessários à desativação gradual da frota de aeronaves F-5E/EM/FM da Força Aérea Brasileira, especificamente no que concerne às ações do COMGAP, Organizações Militares subordinadas e elos integrantes do SISMAB envolvidos com o Projeto.
O PCA 400-200 traz a seguinte tabela com informações sobre os caças F-5 da FAB:
Assim sendo, tomando como referência a relação custo e benefício, e considerando o interesse da administração na economia de recursos públicos, os seguintes parâmetros devem ser considerados para a seleção e planejamento das aeronaves a serem desativadas:
- a) ano de fabricação das aeronaves;
- b) desativação imediata das aeronaves F-5E do lote adquirido da Jordânia;
- c) vencimento das inspeções de 1.200 horas (INPP);
- d) a frota poderá voar até 4.500 horas/ano, reduzindo gradativamente o esforço aéreo anual à medida que as aeronaves são desativadas;
- e) deverá ser mantida uma frota de, no mínimo, 20 aeronaves até 2028 e 14 aeronaves até 2029; e
- f) desativação coordenada com a entrada em operação das aeronaves F-39.
No anexo A do plano está a projeção de aeronaves a serem desativadas a cada ano e a previsão de quantas estarão efetivamente distribuídas às duas unidades (1º GAVCA e 1º/14º GAV) que ainda operam a aeronave, com a sigla TDA (Tabela de Distribuição de Aeronaves):
O planejamento ensejará uma revisão da Diretriz de Desativação e do Plano de Desativação até 2023 visando ao planejamento de eventual necessidade de desativação da
frota após 2029.
O documento também diz que Plano de Desativação deverá ser revisado até 2023, adequando-o ao cenário corrente e ao cronograma atualizado de entregas das aeronaves F-39.
O Plano também determina que o PAMA-SP deve coordenar com o operador o translado da aeronave F-5EM FAB 4856 para o MUSAL, prevista para o ano de 2024, devido a sua importância histórica para o Comando da Aeronáutica. O FAB 4856 (Série 71-1417) é o primeiro F-5E Tiger II produzido no mundo.
Desativação deveria começar em 2017
No final de 2011, o tenente brigadeiro do ar Gilberto Antonio Saboya Burnier, então comandante do COMGAR, projetava a definição do vencedor do Programa F-X2 para o primeiro trimestre de 2012 e que a desativação dos F-5 começaria em 2017. O caça Saab Gripen só seria declarado vencedor do F-X2 em 18 de dezembro de 2013.
Caças F-5 no PAMA-SP
Em outubro do ano passado, o Poder Aéreo observou no PAMA-SP 14 caças F-5 em diferentes estágios de manutenção e de desativação (entre parêntesis, informações que constavam em avisos presos às próprias células):
- F-5FM FAB 4808 (revisão 1200h)
- F-5EM FAB 4861 (revisão 600h)
- F-5EM FAB 4875
- F-5EM FAB 4877
- F-5EM FAB 4848
- F-5EM FAB 4845
Além dos listados acima, outras três células também estavam no hangar:
- F-5EM (matrícula não identificada)
- F-5EM FAB 4836 (desativação)
- F-5FM FAB 4806 (em processo de alienação)
Em exposição estática estavam dois F-5. O velho conhecido FAB 4871 e o FAB 4850 parcialmente montado. Num outro hangar (H-002), pelo menos um F-5EM (matrícula FAB 4849) fazia companhia para várias aeronaves desativadas.
Bem distante do público estava uma dupla de fuselagens de F-5 parcialmente desmontadas. Uma deles era do FAB 4870, a outra não foi possível identificar a matrícula.
Algumas observações adicionais
Observando as tabelas, percebe-se que há cerca de um ano havia 43 caças F-5M na frota, sendo 14 caças F-5M em serviço em Canoas no 1º/14º GAV, outros 14 em Santa Cruz no 1º GAVCA, apenas um ainda em Anápolis no 1º GDA e o restante das células no PAMA/SP, entre aviões desativados ou num último ciclo de manutenção nível parque – o que praticamente bate com a contagem feita pelo Poder Aéreo em outubro do ano passado, no PAMA/SP (cerca de 14 células).
Se não houve alteração, este ano deverá ser o último com os dois esquadrões com dotação entre 12 e 14 aeronaves F-5M cada, e por volta de 2027 a quantidade em serviço será suficiente para dotar apenas um esquadrão de forma completa (levando-se em conta os quantitativos usuais de caças em esquadrões da FAB, que historicamente variam entre 12 e 16 aeronaves por esquadrão).
Ou seja, este planejamento de 2022 provavelmente levava em conta o início de reequipamento com Gripen no 1º/14º GAV ou no 1º GAVCA por volta de 2025 / 2026. Assim, uma das bases (Canoas ou Santa Cruz) precisará iniciar em breve as reformas necessárias e instalação de equipamentos de apoio para este cenário, caso não esteja nos planos uma lacuna na operação/dotação de caças num desses esquadrões. Ou o ritmo de desativação poderá ser revisto, como diz o próprio documento.
Nota do Poder Aéreo: Agradecemos ao leitor Roberto Santana pela indicação do documento PCA 400-200.
FONTE: Poder Aéreo
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