13 dezembro 2022

Marinha do Brasil ativa Centro de Projetos que desenvolverá submarinos e navios de superfície

A nova Organização Militar trabalhará em um dos complexos industriais mais modernos do País, projetando o 1º Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear e, também, navios de superfície



Por Capitão-Tenente (T) Bruno Braga Britto de Oliveira - Rio de Janeiro, RJ

Contribuir para os Projetos Estratégicos da Força Naval nos próximos anos, projetando o primeiro Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN) brasileiro e ainda participar do desenvolvimento do Programa de Obtenção de Navios Patrulha (PRONAPA). Estes serão os imediatos desafios do Centro de Projetos de Sistemas Navais (CPSN), a nova Organização Militar da Marinha do Brasil inaugurada nesta sexta-feira, 9 de dezembro, no Complexo Naval de Itaguaí (CNI), no estado do Rio de Janeiro.

O novo Centro de Projetos da Força Naval atuará de forma integrada no desenvolvimento de projetos de meios navais em um único polo de engenharia nacional, aproveitando-se da estrutura e dos profissionais altamente especializados que antes pertenciam ao Centro de Desenvolvimento de Submarinos (CDSub) e ao Centro de Projetos de Navios (CPN), organizações militares extintas com a criação do CPSN.

Essa decisão da Marinha permitirá a centralização no desenvolvimento de projetos de engenharia dos novos navios e submarinos que serão fabricados nos próximos anos, valendo-se da capacidade e integração do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) e do CNI, um dos complexos industriais mais modernos do País.

No decorrer da Cerimônia de Mostra de Ativação do CPSN, com a presença do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos e de membros do Almirantado, o Contra-Almirante (Engenheiro Naval) Rogério Corrêa Borges assumiu a direção da nova Organização Militar, que ficará subordinada à Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha. E para falar dos principais desafios do CPSN, o Contra-Almirante Borges concedeu entrevista para a Agência Marinha de Notícias. Confira os principais trechos:

Contra-Almirante (Engenheiro Naval) Rogério Corrêa Borges assumiu a direção da Centro de Projetos de Sistemas Navais


Por que a Marinha decidiu criar o Centro de Projetos de Sistemas Navais?

Na busca permanente pelo aprimoramento dos seus processos de gestão, visando à preparação de uma Marinha moderna, equilibrada e balanceada, a Administração Naval tem aplicado continuado esforço na revisão da sua estrutura organizacional com o propósito de readequá-la a uma gestão mais moderna, eficiente e menos onerosa.

Nesse contexto, identificou a oportunidade de criar um polo de excelência para o desenvolvimento de projetos de meios navais, aproveitando-se do notório capital humano disponível no Centro de Desenvolvimento de Submarinos (CDSub) e no Centro de Projetos de Navios (CPN), organizações com tarefas finalísticas similares. Assim, o CPSN foi criado com pessoal altamente qualificado, egresso das duas OM de origem, capitalizando o conhecimento e expertise já adquirido, otimizando custos para a preservação e aprimoramento dessa capacitação técnica e flexibilizando seu emprego nos diversos projetos de meios navais.

Quais são os principais desafios da nova Organização Militar?

O CPSN iniciará a sua trajetória com desafios a serem superados, entre eles, o da imediata integração das equipes técnicas de projeto oriundas do CDSub e do CPN, concentrando o conhecimento adquirido por ambas instituições ao longo de suas histórias e adotando uma metodologia unificada de trabalho.

Continuamente, o estabelecimento de parcerias tecnológicas e/ou industriais com empresas da área da construção naval, inseridas nos modelos de negócios definidos pela Administração Naval, será tratado de forma a garantir a participação deste Centro de Projetos em programas estratégicos de construção de meios de superfície, entre eles, por exemplo, o Navio-Patrulha de 500 toneladas.

Além disso, o CPSN dará continuidade ao projeto de detalhamento do SCPN, com ênfase na elaboração das especificações de construção e de industrialização necessárias à construção da seção de qualificação de seu casco resistente, assim como da seção preliminar, a partir de 2023.



FONTE: Agência Marinha de Notícias

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