Foto: USAF
O B-21 Raider, futuro bombardeiro estratégico dos Estados Unidos, foi finalmente apresentado pela Northrop Grumman nesta sexta-feira, 2 de dezembro. A data foi aguardada por analistas militares de todo o mundo por significar a primeira aparição pública do que deve vir a ser o principal bombardeiro estratégico dos EUA. Também foi anunciado como o primeiro jato de combate de sexta geração.
A aeronave, em formato de asa voadora, foi apresentada para uma plataforma de militares e de funcionários da Northrop Grumman nas instalações da empresa na Plant 42, base da United States Air Force, localizada em Palmdale, na Califórnia. A última vez em que um novo bombardeiro estratégico dos EUA havia sido apresentado foi no mesmo local, em 22 de novembro de 1988, quando o mundo conheceu o B-2 Spirit.
O modelo, que entrou em serviço operacional em 1997, é o mais avançado modelo em serviço entre os bombardeiros da United States Air Force (USAF), tanto para uma eventual guerra nuclear quanto para ataques convencionais, tendo realizado missões reais nos Balcãs, no Iraque, no Afeganistão e na Líbia. Porém, seu alto custo de aquisição e de operação, além de uma operação complexa que exige amplas adaptações em bases aéreas, limitou a frota a apenas 21 unidades, sendo que uma se acidentou em 2008.
Foto: USAF
O B-21 Raider, por sua vez, foi criado para se tornar a espinha dorsal da força de bombardeiros da USAF. A expectativa é a de que sejam adquiridos de 100 a 200 unidades, o suficiente para substituir os B-1 Lancer, B-2 Spirit e B-52 Stratofortress. O custo unitário deve ficar em cerca de 700 milhões de dólares.
As soluções inovadoras começam no projeto, baseado em ferramentais de engenharia digital e desenvolvimento ágil de software para mitigar os riscos de produção, com a maioria dos problemas aparecendo primeiro na tela do computador, e não nos testes com aeronaves reais. Em tempo: seis unidades já estão em diferentes estágios de construção na planta em Palmdale.
Os avanços tecnológicos também envolvem a futura manutenção dos modelos. A Northrop Grumman indica que esta foi uma prioridade do programa desde o início – uma forma de corrigir os erros cometidos com o complexo B-2. Ao entrarem em serviço, os B-21 também contarão com uma arquitetura de sistemas abertas, o que vai permitir a rápida atualização de software, sem nem precisar voltar à fábrica.
Desde a assinatura do contrato, em 2015, a Northrop Grumman reuniu mais de oito mil pessoas focadas no desenvolvimento da aeronave. Somente a cadeia de suprimentos inclui 400 empresas de 40 estados norte-americanos. Entre elas estão Pratt & Whitney, Janicki Industries, Collins Aerospace, GKN Aerospace, BAE Systems e Spirit Aerosystems.
Para ser classificado como uma aeronave de sexta geração, o B-21 Raider tem características stealth, terá operação em redes de informações e uso de nuvens de dados até para tarefas de manutenção. Na prática, o bombardeiro se beneficia de décadas de desenvolvimento de aeronaves militares dos Estados Unidos e o planejamento é consolidar tudo em um modelo confiável, a ser usado em larga escala.
Até a escolha do nome foi providencial. “Raider” é uma homenagem o ataque realizado em 18 de abril de 1942, menos de cinco meses após o ataque japonês a Pearl Harbour. Liderados pelo então Tenente-Coronel James Doolittle, dezesseis bombardeiros B-25 surpreenderam e atacaram Tóquio, em uma operação com efeitos mais psicológicos que bélicos. O “Doolitle Raid” é até hoje considerado como uma das maiores provas de que os Estados Unidos entram em guerras para vencê-las.
A expectativa é a de que o primeiro voo seja realizado em 2023 e a entrada em serviço ocorra até 2027. A programação é atingir a Initial Operating Capability (IOC) em 2030. A USAF pretende usar seus B-21 para missões de ataque convencional e nuclear, guerra eletrônica, inteligência, vigilância, reconhecimento e comunicações avançadas.
FONTE: Revista ASAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário