Por Paulo Roberto Bastos Jr.
De acordo com a portaria nº 901-EME/C Ex, de 28 de outubro de 2022, e publicada hoje (04/11) no Boletim do Exército (nº 44/2022), o Exército Brasileiro (EB) aprovou o plano de acolhimento do sistema de míssil anticarro (MAC) Spike LR2, com o objetivo de obter, no mais curto prazo, a capacidade operacional deste novo armamento.
O Spike LR2 (Long Range) é um míssil de 5ª geração, com guiagem eletro-óptica, que pode ser lançado por um soldado de infantaria ou veículos (multiplataforma), podendo ser integrado a sistemas de armas remotamente controlados (SARC), e que está em uso em diversos países. O EB adquiriu 100 unidades do míssil, dez lançadores, dez simuladores, suporte logístico integrado e treinamento, da israelense Rafael Advanced Defense Systems, no final de 2021, após concorrência internacional, a um custo de US $ 19.023.200,00. Existem planos para novas aquisições, assim que os mesmos estejam operacionais.
Foram adquiridos quatro tipos de simuladores: o simulador mecânico, o simulador interno (“Indoor Training” – IDT), o simulador externo (“Outdoor Training” – ODT) e o simulador de fração (“Spike Team Trainer” – STT) que, quando empregados, viabilizam o preparo e o ensino das técnicas, táticas e procedimentos (TTP) de emprego do sistema, desde o manejo do material até o emprego tático.
Com sua a aquisição, será realizado o recebimento, suporte logístico integrado (SLI), dotação de frações, instalação de simuladores, capacitação de pessoal, adequação de instalações, confecção de documentos doutrinários e operação do material.
As tropas blindadas, mecanizadas, motorizadas, aeromóveis, paraquedistas e de selva já possuem, em seus quadros de cargos de dotação de material, frações destinadas ao combate anticarro, contudo, faz-se necessário proceder a um estudo, para verificar se há necessidade de atualização de seu quadro organizacional além da alteração da doutrina de emprego, pois, o manual de campanha “O Pelotão Anticarro” (C 7–32) é datado do ano de 1978 e menciona características técnicas de um míssil com o emprego já em desuso pela força, demandando atualizações de caráter técnico e tático.
Míssil Spike LR2 em testes de voo (Imagem: Rafael)
O cronograma aprovado no plano é:
- 2º semestre de 2023: recebimento dos simuladores;
- 1º semestre de 2024: recebimento dos mísseis e lançadores e capacitação inicial de militares na operação e logística do sistema (ministrados pela empresa Rafael); e
- 2º semestre de 2024: confecção da documentação de ensino, cursos operacionais e logísticos (ministrados pelo próprio EB), capacitação das frações de tropa e obtenção de capacidade operacional.
A sua distribuição será para as seguintes organizações militares:
- 29º Batalhão de Infantaria Blindada (29º BIB), de Santa Maria (RS): 4 lançadores;
- 4º Regimento de Carros de Combate (4º RCC), de Rosário do Sul (RS): 2 lançadores;
- 6º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (6º Esqd C Mec), de Santa Maria (RS): 2 lançadores; e
- Centro de Instrução de Blindados (CIBld), de Santa Maria (RS): 2 lançadores e 10 simuladores.
FONTE: Tecnologia & Defesa
Nenhum comentário:
Postar um comentário