Suprimentos como medicamentos, equipamentos e mantimentos são levados, periodicamente, à Estação Antártica Comandante Ferraz
Pela primeira vez, o KC-390 Millennium da FAB, aeronave pilotada pelo Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1°/1°GT) - Esquadrão Gordo, realizou o lançamento de carga.
FAB na Estação Antártica
O Esquadrão Gordo, Unidade responsável por essa missão, transporta cargas, víveres, equipamentos, roupas e cartas para a estação. Isso ocorre em até dez viagens por ano. E, desde o início, somente o C-130 Hércules, uma das aeronaves da FAB, tinha condições de operar durante todo o ano na Antártica.
A Chefe da seção de operações do Esquadrão Gordo, Major Joyce de Souza da Conceição, comenta a nova fase operacional, com o C-130 Hércules sendo substituído pelo KC-390 Millennium, nas missões futuras no Continente Antártico. “O cumprimento dessa missão hoje representa um marco para a FAB, um momento histórico para o Esquadrão. A aeronave C-130, durante 39 anos, cumpriu com excelência o programa antártico brasileiro e, no dia de hoje, cada integrante que faz parte dessa história pode sentir-se orgulhoso ao ver refletido no que foi feito o seu legado de abnegação, dedicação, profissionalismo”, relata a piloto.
A missão, a bordo desta aeronave nova e moderna que integra a frota da FAB há três anos, teve início com a decolagem da Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro (RJ) no dia 30/06 às 8h23 (horário de Brasília) rumo a Estação Antártica, para apoiar a Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR).
Esquadrão Gordo na missão
O Esquadrão Gordo, responsável pela Missão de Ressuprimento Aéreo, utilizou o método CDS, (do inglês Container Delivery System), com o lançamento da carga acondicionada em oitos pacotes. Aproximadamente 2.000 quilos de suprimentos materiais foram enviados para os integrantes da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF).
O KC-390 está sendo colocado à prova para poder lançar cargas pelo CDS na Baía do Almirantado. “Na região, os ventos giram em torno de 100 km/h, isso é um desafio tanto para a tripulação quanto para o aparelho de pontaria, que precisa posicionar a aeronave na condição de lançamento, sem margem de erro, permitindo, assim, que o sistema faça o calculo correto, prevendo o lançamento da carga na zona estabelecida pela Marinha do Brasil. Nesse sentido, salienta-se que a altura do lançamento é entorno de 200 metros (600 pés) em uma velocidade de 150 Km/h”, explica o Comandante da Missão, Major Flávio Diniz Pereira.
Equipes envolvidas
Para o sucesso de toda missão, uma série de requisitos precisam ser checados. Dessa forma, em um ambiente totalmente diferente e diante de todo o desafio, diversos profissionais estiveram envolvidos. O Chefe da Estação Antártica Comandante Ferraz, Capitão de Fragata Alessandro Domingos Gurski , destacou a importância da chegada dos suprimentos, levados pela FAB. “ As maiores limitações na Estação são o afastamento da família e nossa alimentação. A primeira a gente consegue suprir com ligações, já a segunda, temos a limitação de alimentos frescos, frutas e verduras, mas isso é possível com a ajuda da Força Aérea Brasileira, nos voos de inverno. No verão, recebemos a ajuda dos navios da Marinha do Brasil vindos de Punta Arenas, assim conseguimos superar as dificuldades sem muitos problemas”, conta o militar.
Neste processo, também há o envolvimento do Mestre de Cargas. Para o Sargento Daniel Carvalho no Peixoto de Barros, que atua como Loadmaster no Esquadrão Gordo, a responsabilidade para o cumprimento da missão é grande. “Um lançamento de carga a 200 metros do solo requer muita atenção dos tripulantes, principalmente dos Loadmasters, apesar de ser uma carga leve. A partir do momento que abre a porta de carga e rampa, para o lançamento, a atenção tem que estar 100% no que vai acontecer. Aos tempos e movimentos, cada luz tem um procedimento e temos que estar muito atentos a isso; luz vermelha, luz amarela e, principalmente, luz verde, que é o momento em que a carga é solta, quando esperamos que tudo aconteça da melhor forma possível”, explica.
Outra profissional que integrou a missão, foi a Instrutora Mecânica do KC-390 do 1°/1° GT, Sargento Ivy Amaral da Costa. Para ela, integrar o grupo como a primeira mulher a estar, pela primeira vez, a bordo do novo avião de transporte da FAB no Continente Artártico, foi uma satisfação pessoal e profissional. “A aeronave no clima frio precisa de alguns cuidados, como remoção e estoque de alguns componentes para que se possa ter confiabilidade de que nas próximas operações esses equipamentos irão funcionar. Ser a primeira mulher instrutora mecânica é motivo de honra. Agradeço a confiança dos meus superiores para atingir essa meta, abrindo, com isso, as portas para as próximas que virão”, finaliza.
Estação Comandante Ferraz
A EACF é uma base antártica pertencente ao Brasil e está localizada na Ilha do Rei George, cerca de 130 quilômetros da Península Antártica, na baía do Almirantado, sendo considerada uma das maiores estações de pesquisa da Antártica. A estrutura conta com 17 laboratórios para o estudo de várias áreas como: medicina, química, microbiologia, oceanografia e meteorologia.
No inverno, período em que o mar está congelado, o acesso torna-se ainda mais difícil, sendo necessário realizar lançamento aéreo de cargas para possibilitar o abastecimento de medicamentos, equipamentos e mantimentos que suprem a EACF. A base antártica, mantida pela Marinha do Brasil (MB), desenvolve diversos estudos, denotando a prioridade do PROANTAR para as atividades científicas.
No inverno, período em que o mar está congelado, o acesso torna-se ainda mais difícil, sendo necessário realizar lançamento aéreo de cargas para possibilitar o abastecimento de medicamentos, equipamentos e mantimentos que suprem a EACF. A base antártica, mantida pela Marinha do Brasil (MB), desenvolve diversos estudos, denotando a prioridade do PROANTAR para as atividades científicas.
Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Wanessa Liz
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