Em 2012, antes da chegada do Guarani, o 33º BI Mtz utilizou o Urutu para desenvolver a doutrina de Infantaria mecanizada do EB (Foto: 33º BI Mec)
Por Paulo Roberto Bastos Jr.*
De acordo com a portaria nº 625-EME/C Ex, de 29 de dezembro de 2021 e publicada hoje (07/01/2022) no Boletim do Exército (nº 01/2022), foi criado no Exército Brasileiro (EB) um grupo de trabalho (GT) para propor linhas de ação para a desativação e transformação das viaturas blindadas de transporte de pessoal (VBTP) 6x6 EE-11 Urutu, da extinta ENGESA.
De acordo com a portaria nº 625-EME/C Ex, de 29 de dezembro de 2021 e publicada hoje (07/01/2022) no Boletim do Exército (nº 01/2022), foi criado no Exército Brasileiro (EB) um grupo de trabalho (GT) para propor linhas de ação para a desativação e transformação das viaturas blindadas de transporte de pessoal (VBTP) 6x6 EE-11 Urutu, da extinta ENGESA.
O GT terá uma constituição multidisciplinar, sendo integrado por oficiais do Estado-Maior do Exército (EME), Comando de Operações Terrestres (COTER), Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEx), Comando Militar do Oeste (CMO), Comando Militar do Sul (CMS), Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), Diretoria de Material (DMat), Diretoria de Fabricação (DF), Diretoria de Sistemas e Materiais de Emprego Militar (DSMEM) e Escritório de Projetos do Exército (EPEx), com o apoio administrativo prestado pela 4ª Subchefia do EME, e terá a duração de um ano.
Com mais de 500 VBTP 6x6 Guarani em operação no EB espera-se que a desativação total do Urutu da função de VBTP ocorra nos próximos anos. Atualmente somente o Comando Militar da Amazônia (CMA) e do Norte (CMN) ainda não contam com a nova viatura, porém o 12º Esquadrão de Cavalaria (12º Esqd C Mec), de Boa Vista (RR), e o 23º Esquadrão de Cavalaria de Selva (23º Esqd C Sl), de Tucuruí (PA), tem previsão de receberem suas primeiras no próximo mês.
Um VBTP Urutu pertencente ao 10º Esqd CMec em uma travessia de curso d’água durante a Operação Carcará XV, em outubro de 2020 (Foto: CMNE)
Vida nova
O primeiro protótipo do Urutu ficou pronto em 1971, tendo sido fabricados 788 unidades ao todo, entre os anos de 1976 e 1985, para o EB, Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil e mais 11 países (posteriormente, foram repassados para outros), em diversas versões diferentes.
Atualmente o Exército conta com cerca de 200 viaturas, em 14 versões diferentes, em carga, sendo utilizadas, além de VBTP, como viaturas blindadas especializadas (VBE) oficina, adquiridos diretamente da ENGESA, e ambulância e operações urbanas (denominação atual para garantia da lei e da ordem – GLO), convertidos pelo Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), e outras devem surgir a partir da “transformação das viaturas”, propostas pelo GT, como a de comando e controle (C2).
Outra demanda que deverá ser atendida pelas viaturas desativadas pelo EB, será a de viaturas blindadas para as polícias brasileiras.
Em março de 2018, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), recebeu três EE-11 M6 convertidos para a missão e, em outubro de 2020, foi à vez do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), receber suas primeiras duas para serem utilizados na Penitenciária Federal em Brasília (PFBRA).
Atualmente a empresa Columbus, formada por ex-integrantes da extinta ENGESA, esta criando, dentro das instalações do AGSP, um protótipo de um EE-11 de modelo mais antigo, o M2, em uma viatura especializada em operações policiais especiais, indicando que mais forças poderão receber este blindado.
Por fim, é bem provável que algumas nações amigas, como Paraguai e Uruguai, deverão receber algumas viaturas para serem utilizados por suas forças.
Copyright © 2021 todos os direitos reservados
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida em qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônica ou mecanicamente, exceto nos termos permitidos pela lei, sem a autorização prévia e expressa do titular do direito de autor.
FONTE: Tecnologia & Defesa
*Sobre o Autor: Paulo Roberto Bastos Jr.
Engenheiro de automação e Pesquisador militar, especialista em blindados e forças motomecanizadas da América Latina e Caribe.
Nota do Defesa Brasil Notícias: Matéria reproduzida com autorização do autor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário